terça-feira, 24 de janeiro de 2012

O caso Chevron: O que isto tem a ver com o meu negócio?

Nos últimos dias estamos recebendo uma avalanche de informações através das mais variadas formas de veiculação de notícias a respeito do vazamento de petróleo causado pela empresa norte americana Chevron em sua plataforma marítima instalada no Campo de Frade no município do Rio de Janeiro. Analisando estas informações, pude observar que não existe um consenso na exposição da realidade dos fatos entre a Chevron e os órgãos competentes responsáveis pelo acompanhamento e apuração destes. Segundo dados da Chevron, durante pouco mais de 10 dias foram derramados no Atlântico 2.400 barris de petróleo. No entanto, segundo a ONG Sky Truth foram cerca de 15.000 barris. A Agência Nacional do Petróleo (ANP) diz que vazaram para o mar entre 5.000 e 8.000 barris de petróleo.
De acordo com o apurado até o momento, houve negligência por parte da concessionária na apuração de dado fundamental para a perfuração de poços e na elaboração e execução de cronograma de abandono, além de falta de maior atenção às melhores práticas da indústria. O único fato em que todos concordam é o tamanho do desastre ambiental e suas conseqüências. Mas, o que isto tem a ver com o meu negócio? Em que parte o meu negócio perde ou ganha com este fato? Na verdade, este texto não tem como foco explicitar ganhos ou perdas, mas sim alertar aos gestores quanto aos riscos envolvidos diariamente na condução de seu negócio.
Diariamente, partimos muito mais para a execução do que para o planejamento. A etapa de planejamento é fundamental para o sucesso de qualquer novo projeto, seja este para melhorias ou para novos produtos ou serviços. Sempre ouvimos a desculpa de que precisamos atender a demanda e resolver o mais rápido possível os problemas apontados pelo cliente. No entanto, em grande parte dos casos, o problema apontado pelo cliente trata-se de um problema gerado internamente e que não foi solucionado através de uma boa análise de causa ou um correto planejamento.
Faça chuva ou faça sol, o mercado disponibiliza novas oportunidades que geram grandes desafios e por isso, precisamos estar preparados tecnicamente e amparados com a maior gama possível de informações e dados para uma análise detalhada de todos os cenários possíveis que envolvem o crescimento da organização. É neste momento que temos que praticar o planejamento com afinco. Perdemos grandes oportunidades por agirmos muito por intuição e não por análise. No caso da Chevron, o que se diz é que foi utilizada uma pressão para perfuração do poço superior à capacidade suportada pela rocha submarina, fazendo com que esta se rompesse gerando o vazamento. Segundo alguns especialistas no assunto, isto ocorreu por falha no estudo geológico da rocha.
Temos que conhecer o nosso trabalho para melhorá-lo. É preciso buscar as informações necessárias para explorar novos campos, fazendo com que o nosso negócio possa estar preparado para avançar em um mundo globalizado e cada vez mais exigente. Não podemos cometer erros que venham a impossibilitar nossa permanência no mercado ou que venham a manchar a imagem da organização. Procure se atentar para os riscos que envolvem o seu negócio, partindo do princípio de que, o concorrente está a sua espreita, esperando apenas um pequeno vacilo de sua parte para ganhar uma fatia do mercado que já é sua.
Na grande maioria dos processos que acompanho, vejo a aplicação de grandes pressões em locais ou ocasiões que não possuem a capacidade ideal para suportá-la. Logicamente, isto não causará nenhum vazamento de petróleo em grande escala, mas causará uma ruptura nos processos operacionais que suportam o negócio, gerando gargalos que afetaram consideravelmente a capacidade da organização em atender ao cliente da forma que o mesmo deseja e espera.
O seu negócio está preparado para lidar com este tipo de ruptura? Pense  nisso.

Marcelo Gonçalves Pereira

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