1. Introdução
Há muito
se tem discutido a respeito do ganho de produtividade dentro das empresas. O
maior desafio das organizações na atualidade diz respeito à redução dos custos
de produção e principalmente no aumento dos lucros, que hora, são necessários a
qualquer organização que tem como principal objetivo à permanência no mercado.
Essa situação se deve principalmente a grande exigência do mercado consumidor
em adquirir produtos com excelente qualidade e menor preço.
Devido a
essa exigência, as organizações ficam ilhadas e tem a obrigação de investir em
novos produtos e principalmente em novas técnicas de produção que propiciem o
atendimento do mercado. Para que isso aconteça são necessários novos
investimentos, às vezes alto ou às vezes pequeno, mas essenciais ao novo modelo
de produção. Em um mercado competitivo, onde o fator tecnológico se torna à
arma mais poderosa na guerra do aumento de clientela, as organizações entendem
que para que se possa investir em um novo produto, esse mesmo produto ao ser
vendido deverá ter o seu preço acrescido de tal forma que se tenha os retornos
desejados, tendo em comparação o investimento aplicado. Porém, nem sempre o
mercado consumidor tem a mesma visão, isso porque, com a oscilação do mercado,
os novos concorrentes e uma enorme gama de novos produtos similares, o aumento
do preço se torna um fator altamente negativo à organização. É exatamente nesse
contexto que entra o que chamamos de " redução dos custos de produção".
Ultimamente esse termo está sendo muito utilizado, visto que, as organizações
têm como diferencial competitivo um produto de boa qualidade com um bom preço,
que é exatamente a exigência do mercado consumidor.
Um fator
importante no que diz respeito à redução dos custos de produção é a
conscientização dos setores produtivos com a intenção de fazer com que esses
setores reavaliem seus processos produtivos, gerando uma reengenharia dentro da
organização. É importante lembrar que para operacionalizar tal iniciativa
dentro de qualquer organização é necessário o comprometimento de todas as áreas
envolvidas no processo, tornando a tratativa eficaz visando o resultado
esperado.
Outro
fator que deve ser levado em consideração quando falamos em reduzir custos é o
desperdício. O desperdício, basicamente, é representado pelos gastos realizados
na produção de um produto ou serviço, sendo agregadores de valor ou não, que
representem excesso em relação ao que seria efetivamente gasto na produção. Sob
esta visão, o desperdício pode ser representado por máquinas ociosas, pessoal
subutilizado, material desnecessário, encargos financeiros desnecessários,
etc., além de nos mostrar que o processo possui falhas que devem ser eliminadas
para o alcance dos objetivos. Nesse contexto o trabalho visa propor a criação
de novos valores e novas idéias, agregando conhecimentos práticos
organizacionais relativos à redução dos custos de produção, tanto no setor de
serviços como no setor industrial.
2. Metodologia
O método
desenvolvido neste artigo consiste em, primeiramente, selecionar algumas idéias
a respeito do tema redução de custos englobando fatores tais como:
qualidade, produtividade, eficiência, eficácia, organização do trabalho entre
outros. As idéias coletadas são visões não somente de autores, mais sim, de
profissionais que tem contato com o mercado no dia a dia. Essas idéias irão
proporcionar uma outra visão diferenciada sobre como reduzir custos.
Segundo Vicente Falconi Campos (Consultor e
Conselheiro do INDG Instituto de Desenvolvimento Gerencial), os
custos relativos a problemas de qualidade do produto ao longo de sua fabricação
ainda podem ser bem elevados e nem sempre fáceis de se resolver. Muitas vezes
os problemas têm muito a ver com a consciência do pessoal, o que nos mostra que nunca foi tão importante a consciência de cadeia de
produção e de esforço conjunto para a redução dos custos de produção.
O conceito de produtividade como sendo a melhor relação
entre o volume produzido e os recursos consumidos, vem de encontro com o
assunto abordado, isso porque, percebe-se a relação sistêmica da cadeia de
produção. Se atuamos em um mercado que a demanda por produtos é grande, ou
crescente, para realizarmos os ganhos de produtividade obtidos, temos que nos
focar em aumentar a nossa oferta de produtos, mantendo, e se possível
reduzindo, o consumo dos recursos necessários para sua execução.
Outro fator que deve ser lembrado é o não conhecimento
adequado por grande parte das empresas em relação à eficiência e eficácia.
Entende-se por eficiência o fazer certo e eficácia o fazer a coisa
certa. O que se percebe é que há uma grande confusão em relação à
produtividade, eficiência e eficácia, sendo que em certas organizações, esses
três termos chegam a ter a mesma definição. O conhecimento detalhado do
negócio, bem como suas variáveis se tornam altamente importantes para as
tomadas de decisões e organização do trabalho. Dessa forma, possibilita aos
gestores de projetos, verificarem de forma mais exata a melhor forma de se
reduzir os custos de produção, sem que haja grandes impactos no setor
produtivo. Os quatro fatores citados acima estão voltados exatamente para dentro
da organização, enquanto a organização está voltada para o cliente que é o sua
principal variável no mercado competitivo. Para ganhar a clientela, a
organização deve oferecer um produto ou serviço de melhor qualidade que o seu
concorrente.
A organização do trabalho retrata a concepção da empresa e
determina os procedimentos necessários para o seu desenvolvimento. Tendo os seus
procedimentos bem definidos e organizados, a organização pode dessa forma
diminuir consideravelmente os custos da operação, pois a à eliminação do
retrabalho e desperdícios no setor operacional, possibilitando dessa forma
verificarmos que a organização além de um grande aliado na redução dos custos,
também tem influência fundamental e necessária nos procedimentos internos da
organização, cujo principal objetivo é a permanência no mercado.
2.1 - Custos x Qualidade
Muitas empresas têm a visão errônea de que se reduzindo os
custos da produção, o produto final estará defasado no fator qualidade perante
a concorrência. Isso não é verdade. É possível se manter a qualidade do produto
ou até mesmo melhorá-la reduzindo-se os custos, e isso porque a proposta
tradicional do processo de gestão da qualidade concentra sua atenção em dois
parâmetros fundamentais, o custo e o prazo, cuja otimização tem constituído,
até agora, o objetivo da boa prática do projeto e do processo. Tais afirmativas
nos conduzem a verificar que a qualidade está diretamente ligada ao custo e que
é possível sim usar a qualidade como ferramenta para a redução dos custos.
2.2 Organizar para produzir
Todos
sabemos que na maioria dos casos o desperdício é um dos principais fatores que
elevam os custos de uma empresa. Para tal situação, muitas dessas empresas usam
de métodos que no passado contribuíram para a redução de custos tais como:
cópias, telefonia e impressões. Ainda hoje, muitos desses modelos de gestão são
bastante utilizados pelas organizações no intuito de reduzirem seus custos de
produção, porém muitos gestores não levam em consideração a organização do
trabalho como ferramenta para se reduzir custos. A organização do trabalho visa
além de organizar o ambiente de trabalho, mas também o acompanhamento detalhado
dos processos possibilitando uma melhor compreensão de onde e como se pode
alterar determinada atividade, visando à diminuição ou eliminação dos
desperdícios que podemos chamar de vilões dos setores produtivos.
2.3 Eficiência, eficácia e redução de custos
Segundo Fernando Henrique da Silveira Neto (Consultor do
Instituto MVC), eficiência é a relação entre os recursos que deveriam ser
consumidos e os recursos realmente consumidos e eficácia é a relação entre os
resultados obtidos e os resultados desejados ou previstos. Diante dessas
definições podemos perceber que tanto a eficiência como a eficácia estão
diretamente ligadas nos custos, tanto para os recursos consumidos, tanto para o
resultado de suas transformações. Isso prova que o conceito trabalhado de
redução de custos deve envolver os conhecimentos detalhados de tais termos,
visando o aprimoramento no desempenho das atividades produtivas e também o seu
controle. Isso proporciona à organização reunir todas as suas variáveis com o
objetivo de buscar novas soluções possibilitando o levantamento detalhado de
todos os fatores agravantes que impedem o funcionamento correto de suas áreas
produtivas o que vem acarretar retrabalho e conseqüentemente aumento dos custos
de produção.
O Engenheiro
Meu nome é Marcelo Gonçalves Pereira e tenho 34 anos. Tenho formação na área de Engenharia em Produção. Trabalho como Analista de Processos em Qualidade na Toutatis Client Service e junto com Paulo Andrade fundamos a FOCO T&D.
Tenho ampla experiência em modelagem, controle e acompanhamento de processos utilizando metodologias como o Lean Six Sigma e PDCA.
Ótimo "post".
ResponderExcluirÉ bacana salientar que a qualidade, para os incrédulos, é fator preponderante para a redução de custo.
Exemplos simples e práticos são processos com uma política de 5S enraizadas, funcionais. Em ambientes assim dificilmente á problemas por esquecimento de alguma atividade da operação, porque faltou algum componente, etc.. Problemas que geralmente acontecem no dia-á-dia de uma empresa e que oneram, encarecem, a transformação dos insumos.
Abraço. Bom trabalho.
Rodrigo,
ExcluirObrigado pelo seu comentário.
Estamos trabalhando em nossos artigos para pulverizar a cada dia mais conhecimento.
Paulo Andrade