Nos últimos anos temos visto grandes avanços relacionados à aplicabilidade de metodologias consagradas de gerenciamento em empresas, cuja cultura em muitas das vezes não contribui para isto. É exatamente nesta cultura que está enraizado o ciclo SRC, que a priori, pode ser considerado a pedra no sapato para a aplicação do ciclo PDCA. Em empresas onde se prevalece a cultura da execução imediata do trabalho e não do pensar sistêmico, o ciclo SRC tem ampla utilização, visto que, as deficiências de planejamento e organização do trabalho são visíveis.
O ciclo SRC de gerenciamento está embasado em três etapas que são amplamente utilizadas pelas empresas onde não existe uma metodologia definida de gerenciamento. Este ciclo ignora por completo a fase de planejamento/organização do trabalho gerando deficiências na qualidade final do produto/serviço oferecido. O principal objetivo deste ciclo é oferecer respostas rápidas dentro de curtos prazos definidos diante dos impactos ocasionados por um determinado problema ou situação. No entanto, vale ressaltar que, estas respostas focam muito mais em minimizar os impactos imediatos do que solucionar as causas que geraram estes impactos. Veja a figura abaixo:
Com isso, se estabelece um paradigma muito comum nos dias atuais que gera a errônea sensação de que, se ganha tempo partindo direto para a execução do trabalho ante o seu planejamento e organização. Vale ressaltar que, a utilização do ciclo SRC não está vinculada somente à ocorrência de algo novo ou momentâneo. Sua aplicação se concentra por todos os setores e em todos os momentos.
Como prova visual, basta avaliar como a empresa conduz o gerenciamento de seu setor produtivo e onde está embasado o foco de suas entregas: na velocidade ou na qualidade. Para melhor compreensão do funcionamento do ciclo SRC, vamos desdobrar (abaixo) suas etapas, estabelecendo assim a visualização clara de sua aplicação diária, mesmo não conhecendo em totalidade as conseqüências de seu uso.
Situar (S): condição de colocar-se diante de uma ocorrência ou problema sendo ambos recorrentes ou não, com o intuito de se estabelecer o máximo de compreensão dos dados objetivando o alinhamento de percepções e expectativas diante do fato ocorrido. É a condição de se colocar e compreender:
- Os impactos gerados pelo fato ocorrido;
- Quais as tratativas imediatas a serem tomadas sem aumentar os impactos;
- Os prazos estipulados para as tratativas imediatas;
- O desdobramento de responsabilidades.
Reagir (R): condição de exercer ações contra outras ações que estejam prejudicando o correto andamento do ambiente operacional seja por deficiências puramente operacionais ou geradas pelo Planejamento Estratégico adotado pela empresa. É a condição de:
- Não planejar os próximos passos;
- Partir direto para a execução dos trabalhos;
- Se preocupar mais com os prazos e menos com o quê e como serão as entregas;
- Ignorar os detalhes.
Corrigir (C): condição de suprimir os erros observados, dando continuidade aos trabalhos sem grande preocupação com os impactos subsequentes. É a condição de:
- Não analisar, compreender e eliminar as causas;
- Agir somente quando da sua ocorrência;
- Gerenciar as recorrências;
- Se limitar somente ao fato pontual, ignorando seu contexto sistêmico.
É fundamental dizer que, o ciclo SRC em sua totalidade de utilização está vinculado diretamente à forma de gerenciamento utilizada pelas empresas com base na cultura operacional praticada. A maior prova de que a cultura influencia ou define o modelo de trabalho é o sucesso da utilização de metodologias como o PDCA e o SIX SIGMA que só puderam ser adotadas após a mudança na cultura de trabalho da organização em todos os níveis.
A sua organização está orientada para realizar e produzir soluções, eliminando as causas dos problemas ou simplesmente suporta e opõe resistência a estes?
Lembre-se, a excelência leva ao sucesso e o sucesso ao reconhecimento.
O Engenheiro
Meu nome é Marcelo Gonçalves Pereira e tenho 34 anos. Tenho formação na área de Engenharia em Produção. Trabalho como Analista de Processos em Qualidade na Toutatis Client Service e junto com Paulo Andrade fundamos a FOCO T&D.
Tenho ampla experiência em modelagem, controle e acompanhamento de processos utilizando metodologias como o Lean Six Sigma e PDCA.
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